sábado, 12 de dezembro de 2009

O CORONELISMO

Coronel de galocha
Fazia tempo que queria escrever sobre esse tema. O blog serve também como instrumento para exorcizar angústias e agruras vividas na nossa breve existência. O CORONELISMO que remonta aos períodos históricos desse país parece subsistir na nossa atual era. Pesquisas com células-tronco e clonagem na medicina, pós-positivismo no Direito, pós-modernismo na filosofia e na literatura, termos criados para reproduzir ideais de novidade e tecnologia mais parecem esconder a VERDADE. O filósofo Richard Rorty dizia que para que a verdade transparecesse seria necessário haver antes de tudo LIBERDADE. Ele inverteu a tese dos marxistas europeus com sua teoria pragmatista americana. Muitos não o entenderam, mas esse blogueiro sim e , inclusive, sua obra será contextualizada e exemplificada aqui dentro de nossa realidade social e política. O tema epigrafado parece ter se assolado por todos os segmentos da sociedade, seja a política, o funcionalismo público, a iniciativa privada, a família, a educação, enfim, quase nada escapa dos tentáculos desse grande óbice da sociedade moderna. Sociedade essa que se proclama democrática e liberal, na verdade, esconde uma série de obscurantismos dentro de sua estrutura, viciada de atos truculentos e abusadores , conchavos entre o poder classista e o poder político. Michel Foucault mostra bem isso na sua obra Em defesa da sociedade, filosofando e desmistificando termos como soberania, liberdade e verdade, concluindo pela dominação e pelo medo por um futuro incerto. A influência do poder local e particular inviabiliza os discursos das constituições e leis. Pode-se exemplificar no campo do DIREITO a prática de autoridades policias que desrespeitam os presos e os torturam, relegando a último plano o princípio consitucional da dignidade humana emanado da retórica constitucionalista. Na prática, a VERDADE é outra daquela prevista pela Carta Magna, pois não há liberdade em nossa sociedade, assolada por práticas autoritárias.Na EDUCAÇÃO, várias foram as matérias publicadas nesse blog, denunciando práticas indignas e mesquinhas de professores sem nenhuma representatividade acadêmica e que transformam suas salas de aula em verdadeiros ``FEUDOS INDEVASSÁVEIS``. Provas arbitrárias sem nenhum critério objetivo de correção, abordagem sem crítica e sem dogmatismo, ademais de alienantes politicamente e juridicamente. Esse tema já foi esgotado aqui!!!!... Já na seara da POLÍTICA, também debatida nesse espaço, diários são os escândalos e falcatruas noticiados pela imprensa. Mensalão do DEM, do PT, do PSDB, mineiro, brasiliense, et caetera. Haja criatividade para tantos vocábulos da infâmia e da vergonha. Já deve existir até dicionário de corrupção. Tudo em sintonia com o tema do coronelismo. Aí é que ele se realiza em sua completude, com compra de votos, licitações fraudadas, mudança de partidos como quem troca de roupa, enfim, tudo isso que o leitor brasileiro já considera banal infelizmente. Para que a verdade aparece de forma boa e não da maneira atual(ultrajante), Rorty insistia que precisaríamos ser mais libertos e menos aprisionados por pessoas detentoras do poder. Para não cairmos na balela platônica de que os conhecedores da VERDADE irão dominar e o restante desconhecedor e alienado será alvo da opressão. Viva à VERDADEIRA democracia e encerremos o engodo da aristocracia que ainda sobrevive atualmente. Pior, não é a aristocracia platônica da virtude e da sabedoria, mas da arrogância, do oportunismo e da indiferença. Grande abraço.

sábado, 5 de dezembro de 2009

O ensino jurídico da graduação brasileira: um embuste

A FACE DO ENSINO
Que ensino é esse companheiro????? Os cursos de Direito não possuem pedagogia, não passam de uma formalidade fajuta para obtenção de diplomas para advogar ou fazer concurso público. Salvam-se uns gatos pingados docentes, como já foi exposto nesse blog. Não estou julgando de forma leviana, nesse texto provarei minha tese. Não questiono o conhecimento dos professores, alguns são bem titulados ou passaram em concursos públicos difíceis, o que estou analisando é a pedagogia e o desdém desses docentes para com os alunos. Vejamos os problemas: não há conexão entre graduação e pós-graduação, nenhum incentivo à pesquisa jurídica, não existe ensino crítico , consubstanciando uma completa alienação e desmobilização política. O assuntos jurídicos que estão nos jornais não são comentados, o que deveria ocorrer haja vista estar sendo cobrado no ENADE. A dogmática também é ruim, os assuntos não são abordados em sua completude, resumindo a aula a uma leitura de artigos de códigos como se os estudantes fossem analfabetos( palavras de Dalmo de Abreu Dallari, grande jurista do Largo do São Francisco). A discussão, pesquisa, contraditório e controvérsias doutrinárias sao jogadas para escanteio , além de obrigar o aluno a DECORAR os artigos nas suas minúcias para depois fazer uma prova mnemônica , uma espécie de cabra-cega pedagógica. Isso é uma vergonha, para parafrasear o jornalista. Se for para decorar os códigos, devemos tambem decorar as leis, que são mais de mil, haja banco de dados, nem se socorrendo de habeas data encontraremos locus para tanta informação. O advogado, o juiz ou o procurador, no exercício da sua profissão não apenas pode como deve abrir e consultar a lei, a doutrina e a jurisprudência para fundamentar seus argumentos. Nas provas da faculdade, não pode consultar nada!!!!!!!! Uma insensatez. O que vai diferenciar o bom do mau operador jurídico é exatamente o saber pesquisar e argumentar, ora como posso pesquisar sem abrir os livros e os códigos????? Chega-se à conclusão de que esse é o ensino do fingimento, os professores fingem que ensinam e os alunos fingem que aprendem.

Também há outro agravante no âmbito da pedagogia, a saber, os alunos não têm a prerrogativa de escolher o que estudar, nem no início, nem no fim do curso, ou seja, uma matriz curricular aprisionante e limitada, sem atentar para os talentos e individualidades de cada estudante. Rememoro assim o contundente termo`` indústria cultural `` do filósofo Adorno. Uma tentativa de atrofiar a imaginação e a espontaneidade do consumidor cultural, no caso específico, esse consumidor é o aluno. Ávido por informação e produção, castrado pela autoridade arrogante de farsantes docentes. Paulo Freire dizia que a relação educador---educando deve ser horizontal, sem delineamento de hierarquia, assim o aprendizado se tornaria mais facilitado e agradável, obviamente não é o que se verifica nos cursos jurídicos, com prepotência, truculência e desagrado de professores sem-saco. Apenas preocupados com SUAS pesquisas e títulos, não percebendo a função social da propriedade que detêm: a intelectual. Chega!!!!!!!! Temos que acabar com esse EMBUSTE PEDAGÓGICO, essa INFÂMIA DO ENSINO, esse PROSELITISMO e DEMAGOGIA de universidades de Direito que estão colocando no mercado de trabalho patetas que decoraram o código civil, penal, tributário, entre outros, alienados politicamente e sem capacidade de pesquisa, ensaio e argumentação filosófico-jurídica.