sábado, 12 de dezembro de 2009

O CORONELISMO

Coronel de galocha
Fazia tempo que queria escrever sobre esse tema. O blog serve também como instrumento para exorcizar angústias e agruras vividas na nossa breve existência. O CORONELISMO que remonta aos períodos históricos desse país parece subsistir na nossa atual era. Pesquisas com células-tronco e clonagem na medicina, pós-positivismo no Direito, pós-modernismo na filosofia e na literatura, termos criados para reproduzir ideais de novidade e tecnologia mais parecem esconder a VERDADE. O filósofo Richard Rorty dizia que para que a verdade transparecesse seria necessário haver antes de tudo LIBERDADE. Ele inverteu a tese dos marxistas europeus com sua teoria pragmatista americana. Muitos não o entenderam, mas esse blogueiro sim e , inclusive, sua obra será contextualizada e exemplificada aqui dentro de nossa realidade social e política. O tema epigrafado parece ter se assolado por todos os segmentos da sociedade, seja a política, o funcionalismo público, a iniciativa privada, a família, a educação, enfim, quase nada escapa dos tentáculos desse grande óbice da sociedade moderna. Sociedade essa que se proclama democrática e liberal, na verdade, esconde uma série de obscurantismos dentro de sua estrutura, viciada de atos truculentos e abusadores , conchavos entre o poder classista e o poder político. Michel Foucault mostra bem isso na sua obra Em defesa da sociedade, filosofando e desmistificando termos como soberania, liberdade e verdade, concluindo pela dominação e pelo medo por um futuro incerto. A influência do poder local e particular inviabiliza os discursos das constituições e leis. Pode-se exemplificar no campo do DIREITO a prática de autoridades policias que desrespeitam os presos e os torturam, relegando a último plano o princípio consitucional da dignidade humana emanado da retórica constitucionalista. Na prática, a VERDADE é outra daquela prevista pela Carta Magna, pois não há liberdade em nossa sociedade, assolada por práticas autoritárias.Na EDUCAÇÃO, várias foram as matérias publicadas nesse blog, denunciando práticas indignas e mesquinhas de professores sem nenhuma representatividade acadêmica e que transformam suas salas de aula em verdadeiros ``FEUDOS INDEVASSÁVEIS``. Provas arbitrárias sem nenhum critério objetivo de correção, abordagem sem crítica e sem dogmatismo, ademais de alienantes politicamente e juridicamente. Esse tema já foi esgotado aqui!!!!... Já na seara da POLÍTICA, também debatida nesse espaço, diários são os escândalos e falcatruas noticiados pela imprensa. Mensalão do DEM, do PT, do PSDB, mineiro, brasiliense, et caetera. Haja criatividade para tantos vocábulos da infâmia e da vergonha. Já deve existir até dicionário de corrupção. Tudo em sintonia com o tema do coronelismo. Aí é que ele se realiza em sua completude, com compra de votos, licitações fraudadas, mudança de partidos como quem troca de roupa, enfim, tudo isso que o leitor brasileiro já considera banal infelizmente. Para que a verdade aparece de forma boa e não da maneira atual(ultrajante), Rorty insistia que precisaríamos ser mais libertos e menos aprisionados por pessoas detentoras do poder. Para não cairmos na balela platônica de que os conhecedores da VERDADE irão dominar e o restante desconhecedor e alienado será alvo da opressão. Viva à VERDADEIRA democracia e encerremos o engodo da aristocracia que ainda sobrevive atualmente. Pior, não é a aristocracia platônica da virtude e da sabedoria, mas da arrogância, do oportunismo e da indiferença. Grande abraço.

sábado, 5 de dezembro de 2009

O ensino jurídico da graduação brasileira: um embuste

A FACE DO ENSINO
Que ensino é esse companheiro????? Os cursos de Direito não possuem pedagogia, não passam de uma formalidade fajuta para obtenção de diplomas para advogar ou fazer concurso público. Salvam-se uns gatos pingados docentes, como já foi exposto nesse blog. Não estou julgando de forma leviana, nesse texto provarei minha tese. Não questiono o conhecimento dos professores, alguns são bem titulados ou passaram em concursos públicos difíceis, o que estou analisando é a pedagogia e o desdém desses docentes para com os alunos. Vejamos os problemas: não há conexão entre graduação e pós-graduação, nenhum incentivo à pesquisa jurídica, não existe ensino crítico , consubstanciando uma completa alienação e desmobilização política. O assuntos jurídicos que estão nos jornais não são comentados, o que deveria ocorrer haja vista estar sendo cobrado no ENADE. A dogmática também é ruim, os assuntos não são abordados em sua completude, resumindo a aula a uma leitura de artigos de códigos como se os estudantes fossem analfabetos( palavras de Dalmo de Abreu Dallari, grande jurista do Largo do São Francisco). A discussão, pesquisa, contraditório e controvérsias doutrinárias sao jogadas para escanteio , além de obrigar o aluno a DECORAR os artigos nas suas minúcias para depois fazer uma prova mnemônica , uma espécie de cabra-cega pedagógica. Isso é uma vergonha, para parafrasear o jornalista. Se for para decorar os códigos, devemos tambem decorar as leis, que são mais de mil, haja banco de dados, nem se socorrendo de habeas data encontraremos locus para tanta informação. O advogado, o juiz ou o procurador, no exercício da sua profissão não apenas pode como deve abrir e consultar a lei, a doutrina e a jurisprudência para fundamentar seus argumentos. Nas provas da faculdade, não pode consultar nada!!!!!!!! Uma insensatez. O que vai diferenciar o bom do mau operador jurídico é exatamente o saber pesquisar e argumentar, ora como posso pesquisar sem abrir os livros e os códigos????? Chega-se à conclusão de que esse é o ensino do fingimento, os professores fingem que ensinam e os alunos fingem que aprendem.

Também há outro agravante no âmbito da pedagogia, a saber, os alunos não têm a prerrogativa de escolher o que estudar, nem no início, nem no fim do curso, ou seja, uma matriz curricular aprisionante e limitada, sem atentar para os talentos e individualidades de cada estudante. Rememoro assim o contundente termo`` indústria cultural `` do filósofo Adorno. Uma tentativa de atrofiar a imaginação e a espontaneidade do consumidor cultural, no caso específico, esse consumidor é o aluno. Ávido por informação e produção, castrado pela autoridade arrogante de farsantes docentes. Paulo Freire dizia que a relação educador---educando deve ser horizontal, sem delineamento de hierarquia, assim o aprendizado se tornaria mais facilitado e agradável, obviamente não é o que se verifica nos cursos jurídicos, com prepotência, truculência e desagrado de professores sem-saco. Apenas preocupados com SUAS pesquisas e títulos, não percebendo a função social da propriedade que detêm: a intelectual. Chega!!!!!!!! Temos que acabar com esse EMBUSTE PEDAGÓGICO, essa INFÂMIA DO ENSINO, esse PROSELITISMO e DEMAGOGIA de universidades de Direito que estão colocando no mercado de trabalho patetas que decoraram o código civil, penal, tributário, entre outros, alienados politicamente e sem capacidade de pesquisa, ensaio e argumentação filosófico-jurídica.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Comentários sobre o ENADE


Domingo, 8 de novembro, meio-dia, fomos nós estudantes encarar a prova do ENADE. Nesse dia, eu estava desanimado para fazer o teste, haja vista as várias críticas tecidas na matéria anterior desse blog acerca da educação brasileira. Pensei que iria me deparar com uma prova encomendada a uma fundação responsável por concursos públicos e nossa universidade seria avaliada mediante uma avaliação de marcar X. Por capricho do destino, enganei-me. A prova nada se coadunava com a lógica demasiado objetiva e decorativa, convenhamos, dos concursos jurídicos. Malgrado o descaso de alguns para com a prova( abandonando a sala de aula em menos de 1 hora), decidi levar a sério o exame. Levei três horas e meia para fazer, com muito esforço, dada a fome que me ocorreu no local.

Percebe-se o enfoque interpretativo e político da prova, com temas como judicialização da política, repercussão geral no recurso extraordinário, reforma do judiciário,anistia aos militares, jurisprudências conhecidas dos tribunais superiores(nepotismo), sonegação de impostos e confissão, enfim, temas de bastante relevância na sociedade, que normalmente estão estampados nos jornais. Bom isso, pois o alunado percebe sua importância frente à sociedade como futuro operador do Direito. Porém, conversando com o colega Pedro Ernesto nos corredores da UNICAP, ele comentou com argúcia o seguinte: `` Estão cobrando algo que não está sendo debatido na nossa universidade, a política atrelada ao Direito. Querem que nos posicionemos dentro do espectro político sem dar-nos subsídios teóricos na academia.`` Verdade. Tive de concordar com ele. Inobstante a ótima qualidade da prova, fica essa crítica, que, por sinal, já foi exposta no blog diversas vezes. Que isto sirva de alerta às universidades e que melhoremos nosso ensino, politizando-o.

Álem da avaliação feita para os alunos, o MEC(Ministério da Educação) avalia as universidades por alguns critérios, como por exemplo, a titulação e preparação dos professores, a infraestrutura da instituição, programa pedagógico, etc. Outro fator que deve ser bem atentado é a produção acadêmica, pois é na universidade que se processa a evolução científica e cultural da humanidade. É ela também o principal critério para avaliar quais são as melhores universidades do mundo, que atualmente tem no seu topo a Universidade de Massachusetts (MIT- Massachusetts Institute of Technology). O Brasil só possui uma entre as 100 melhores, a USP( Universidade de São Paulo), ocupando a posição 38. O nosso país está com 12 universidades dentre as 500 melhores. No ranking dos países com as melhores universidades, o Brasil está em nono lugar, atrás de Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha, Canadá, Taiwan, Suécia, Espanha e Japão. É uma posição razoável, e que evidentemente pode ser melhorada. Na verdade, o grande problema educacional desse país é a base, vide os comentários dessa matéria.

Nota-se, folheando a avaliação, a importância do Direito Constitucional e da Teoria do Estado, matérias que deveriam ser mais aprofundadas no curso jurídico. Com a reforma recente do currículo, houve uma valorização desses temas, mas ainda é necessário maior estudo de tais matérias, pois é com elas que o Direito se relaciona com a história, a economia, a filosofia, o jornalismo e , sobretudo, à política. Celso Furtado, Gilberto Freyre, Joaquim Nabuco e Guimarães Rosa tiveram textos nas provas, provando-se que as ciências sociais são convergentes em muitos pontos. Voltamos ,desse modo, à discussão da última matéria do blog, em que eu incitei o maoir debate das ciências socias dentro do curso jurídico e das demais carreiras.

Para terminar tenho que admitir a qualidade do ENADE e de seu método avaliativo, que ele sirva de exortação às universidades para um aprendizado mais realista, contextualizado e político, afinal de contas, Paulo Freire dizia que educar é um ato político. Para os que diziam que eu só reclamava e criticava, está aí a resposta. Grande abraço.

sábado, 31 de outubro de 2009

Propostas para uma melhor formação educacional


Imbuído da crença de que podemos melhorar nosso carcumido sistema de ensino, venho propor algumas ideias para que possamos evoluir e abandonar as últimas posições em rankings de educação no mundo. Sei que muitas das propostas aqui veiculadas serão rechaçadas desde logo por grupos conservadores medíocres, incompetentes e incultos.

Em uma tarde de sábado pacata, assisti a alguns vídeos no Youtube do grande educador, político, escritor e outrora membro da Academia Brasileira de Letras: DARCY RIBEIRO. Foi ele responsável por uma política educacional coerente que nada se assemelha com o que se passa na atual gestão( vejam o artigo sobre o MEC de Paulo Ghiraldelli Jr. em seu blog). Fundou juntamente com Anísio Teixeira a Universidade de Brasília e a Universidade Estadual do Norte Fluminense, contribuindo sobremaneira para a evolução educacional brasileira. Ele foi uma inspiração para a matéria que escrevo nesse momento e que tentarei defender com todas as forças na minha futura carreira acadêmica.

Encontro-me no terceiro período do curso de Direito e sinto que perdi um pouco da empolgação nos estudos do início em 2008. Isso se deve a uma série de fatores que tentarei sublinhar nesse espaço, fazendo um paralelo com a nossa situação educacional. Depois de muita indecisão quanto ao curso que iria seguir( já fiz medicina na UFPE e ciência da computação na UNICAP), optei por Direito por alguns motivos, o principal foi porque gostei da matéria quando estudei para um concurso público. Frequentando salas de preparatórios de concursos, percebi que o estudo para tal fim é algo atrofiado, limitado, um estudo sem reflexão crítica, demasiado objetivo. Apostilas, lousas e cuspe!!!!!!Isso é péssimo, pois nossos profissionais no uso de suas atribuições não irão decorar, terão que pensar , debater , refletir e agir. Portanto, não é preciso ser um Phd para notar que essa lógica está equivocada. E pior, que essa lógica tomou força com a abertura desmedida de preparatórios para concursos( fins lucrativos) e tenta se imiscuir dentro das universidades, principalmente nos cursos jurídicos.

Vejo que ALGUNS professores tentam seguir essa linha de raciocínio, com aulas desvencilhadas da realidade jurídica e completamente alienantes, sem paralelos com a nossa realidade política, em síntese, esquemas pincelados enrustidos de concursos públicos. Decorar centenas de ementas(resuminhos) de jurisprudência sem ao menos saber em que área do Direito o aluno irá enveredar. Para que um futuro juiz do trabalho terá que decorar julgados de crimes???? E o oposto, para que um advogado criminalista precisaria ser expert em jurisprudência trabalhista???? São perguntas que não cabem respostas, quando coloco aos alunos e professores, eles tergiversam. Lembro, desse modo, Sócrates e seu método de refutação... Há de se encaminhar melhor o aluno na sua evolução dentro da academia para sua vida de profissional, sem torná-lo experto em matérias não pertinentes a sua atividade diária. Concluo que o aluno termina perdido em um universo imenso de informações, sem se especializar de forma coerente e otimizada. No mundo atual ,de complexidades múltiplas e idiossincráticas, não podemos esperar que as pessoas dominem todas as informações nas suas mais diversas minúcias. O ideal é ter uma noção geral das informações e se aprofundar na sua área.

Tenho trazido à luz um debate interessante entre colegas da universidade, alguns concordaram, outros não. Para que o povo brasileiro tenha uma melhor formação política e social, deveríamos inserir mais conteúdos das ciências humanas e sociais( história, filosofia, sociologia, ciência política, antropologia, etc) em todos os cursos. Enxugar-se-ia esse excesso de minúcias técnicas que comentei alhures e teríamos pessoas mais bem informadas politicamente e mais cultas, superando-se dessa maneira a alienação política que parece ter assolado esse país( junto com a sem-vergonhice...). O curso de ciências jurídicas e sociais faria jus ao nome!!! E isso para todos os cursos, não apenas o de Direito. Eliminar informações detalhistas e politizar o nosso povo através da leitura de jornais, de livros de filosofia, história e sociologia. Às vezes comento com conhecidos: para que estudamos, no ensino médio, números complexos em matemática ou o império capetíngeo francês, ou ainda mais estapafúrdio ,cálculos químicos de solução tampão!!!!!!???? ( pH= pKA + logsal/ácido)haeeahaha.Só mesmo interesses políticos de classes detentoras do poder com o objetivo de alienar o seu povo explicam tais disparates educacionais. Enfim, a proposta é de retirar o que não é necessário e inserir aquilo que é relevante. Estudar o que não precisa e não estudar o que é preciso é insensatez. Os países mais ricos do mundo não cometem esse equívoco.

Também não posso fazer daqui um Tribunal de Nuremberg para a educação brasileira, tenho a obrigação de elaborar um panegírico, um louvor, uma homenagem a alguns professores de nossa universidade e dos colégios. Não posso deixar de rememorar os mestres do colégio GGE, que introduziram em seus alunos o virtuosismo nos campos das ciências exatas e a reflexão crítica na esfera das humanas. Figuras como Thales Bentzen, Carlos Japa, Luís Carlos, Germano Sobral, dentre tantas outras figuras ilustres. Na academia lembro José Elias de Moura Rocha, Natanael Sarmento, João Chaves, Ivo Dantas, Jayme Benvenuto, dentre tantos outros que ainda terei a honra de conhecer. O trabalho dessas pessoas é transcendente , já diria Henry Adams: `` Um professor sempre afeta a humanidade. Ele nunca saberá onde sua influência termina.``.

É isso, amigos. Posso não ter a força política necessária para empreender essas mudanças no meu país, mas existe algo que não pode ser tirado de mim, a consciência. Com ela, dissemino ideias para que possamos melhorar nossa educação. Ósculos e amplexos.


domingo, 25 de outubro de 2009

A questão agrária brasileira


A charge acima explicita uma situação que já se desenrola no Brasil há muito tempo. A indiferença dos governos em relação às reformas no campo brasileiro. De certa feita, um professor de história disse: para o Brasil alcançar um estágio avançado de desenvolvimento econômico e social, será necessário fazer duas coisas: uma reforma agrária e uma guerra civil. De fato, se atentarmos para o histórico dos chamados países desenvolvidos, perceberemos a ocorrência desses fatos. Nos EUA, nos idos de 1800, houve a famosa guerra civil americana( guerra de secessão) que opunham os Estados do Sul, latifundiários e escravocratas, aos Estados do Norte, industriais e mais progressistas. Nesse mesmo período, o presidente Abraham Lincoln promulgou a Homestead Law, sendo, portanto, a reforma agrária processada nesse país. No Brasil, além de não ter havido uma guerra civil de âmbito nacional, parece que os governos tentam procrastinar indefinidamente a reforma agrária, ora com argumentos de que não há recursos, ora com estratégias conservadoras e ruralistas, a exemplo do que se passa nos últimos governos com a chancela da bancada rural do Parlamento.
Está sendo discutida a abertura de CPI( Comissão Parlamertar de Inquérito) contra repasses de verbas públicas para o MST( Movimento dos Sem-terra). Sou da posição de que o Congresso não tem condição moral para processá-la. Se for feita, também deveremos investigar o agronegócio brasileiro, a grilagem de terras, o trabalho escravo ,dentre outras atividades escusas dos latifundiários brasileiros. Ou as duas coisas ou nenhuma, isso é democracia. A esquerda brasileira, através de seus intelectuais( Antônio Cândido, Chico Oliveira, Boaventura dos Santos, dentre outros), se posicionou contrariamente à possibilidade referida. Dizem eles que está em curso no Brasil`` um grande operativo político das classes dominantes objetivando golpear o principal movimento social brasileiro.``
Segundo o sociólogo Ricardo Antunes, um dos signatários do documento, o MST é respeitado internacionalmente como um dos movimentos sociais mais importantes do mundo.`` É inaceitável a iniciativa de crimizalizá-lo e empurrá-lo para a clandestinidade.`` , criticou. ``É inaceitável também que este Congresso, que chegou ao fundo do poço e cujo presidente tenta cercear o trabalho da imprensa, impedindo a divulgação de informações sobre sua família, se julgue no direito de policiar e tentar sufocar o movimento´´.
Segundo esse que vos escreve, é inaceitável essa tentativa malograda de desprestigiar e destruir esse relevante movimento social. Os setores conservadores da imprensa brasileira e a bancada ruralista do Congresso não conseguirão atingir seus intentos. Repito, se é para fazer CPI contra o MST, é obrigação moral realizar também contra o latifúndio e seus excessos. Questão de ser justo, equânime, democrático. Não questão de ser esquerdista ou qualquer estigma do tipo. Respeito os conservadores que são éticos. Penso que os dois espectros podem dialogar.
O que é lamentável e inaceitável foi o que se deu quando fiz um comentário no blog do josias anteontem. Eu critiquei a bancada ruralista do Parlamento, aí um sujeito me chamou de CACATUA CORNUDA DE LULA(heaheaeahaeha). Ser chamado de papagaio por um conservador que apoia esse tipo de conservadorismo é um insulto. Disse ele a pífia frase: `` essa bancada ruralista é que bota comida no seu prato!!!!!!!!!!``. Quem fala isso não tem o mínimo compromisso cívico e social para com os abandonados do campo, que passam fome e não têm uma vida digna em flagrante afronta ao princípio constitucional da dignidade humana. É evidente que se tivéssemos feito uma reforma agrária nesse país, a produtividade seria maior e o meu prato estaria mais recheado, além de os desvalidos do campo empregados. Portanto, adular os conservadores com esse argumento risível é de rematada insensatez.
Para terminar, relembro meu professor de história, já mencionado acima, e termino um pouco desesperançoso por um futuro melhor para o meu país. Vamos discutir e filosofar para que as perspectivas de mudanças sejam ampliadas. Abraços !!!

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Cachorrada na nossa política

Onde eu fui me meter? Criar um blog para discutir política... Devemos discuti-la diariamente, não só a política partidária, mas também a cotidiana, que corresponde ao nosso modo de agir perante a sociedade. Pena que a primeira( partidária) seja isso que está caricaturado na foto: uma cachorrada. A origem da corrupção na política remonta a tempos imemoriais, culminando nesse momento lamentável da história do Brasil de dólares em cuecas, mensalões, mensalinhos, arquivamento de denúncias, além das práticas que já se banalizaram, quais sejam, compra de votos, financiamento de campanha seguido de fraudes em licitações, currais eleitorais, et caetera. Prefiro não me alongar nessa discussão, o desejo é falar de nossa política cotidiana: o exercício da cidadania e do civismo.
O termo política é derivado do grego antigo πολιτεία (politeía), que indicava todos os procedimentos relativos à pólis. Pode significar comunidade, sociedade, cidade-estado, enfim qualquer entendimento referente à vida na pólis. Muitos autores abordaram a temática política, destacando-se Aristóteles e Platão na antiguidade e Maquiavel na modernidade. O primeiro dizia que o homem é um animal político e o último levou às últimas consequências os efeitos da temática no tocante aos governantes, os chamados príncipes. Ante interpretações capciosas do florentino, foi cunhado o termo maquiavélico, infelizmente, tão usado por nossos representantes.
Deve-se utilizá-la de maneira construtiva e humanista, afastando-se de usos egoístas e provincianos. Figuras que como Dom Hélder Câmara bem souberam usá-la em favor dos pobres e miseráveis necessitados, como Marthin Luther King na defesa dos direitos civis e na luta contra o preconceito racial nos EUA. Barack Obama, recentemente laureado com o nobel da Paz, é um grande exemplo na atualidade de bom e culto político. Parece que seus estudos em Harvard e Colúmbia estão surtindo efeitos... Feitos como o fechamento da prisão de Guantánamo e sua atuação diante dos organismos internacionais parecem discrepar dos horrendos atos do presidente anterior George Sapatada na cabeça Bush cachorro(vide tema). Guerras por petróleo, corrida armamentista, perseguição de estrangeiros no território americano, principalmente de mexicanos, desrespeito aos direitos humanos e abandono de regras das entidades internacionacionais, tudo em favor da sanha imperialista do Tio Sam. Mas esse é um ser medíocre, que não será lembrado, senão como objeto de repúdio pela historiografia. Pertencerá ao mesmo rol de figuras malévolas como Adolf Hitler, Benito Mussolini, Calígula, Collor, Sarney, dentre outros párias.
Para não tergiversarmos, voltemos à política cotidiana, gostaria de insistir nesse ponto. Assistindo a uma palestra do professor e coordenador do curso de filosofia da UNICAP, Karl-Heinz Efken, fiquei tocado com uma frase que disse sobre a importância da filosofia na vida das pessoas: a filosofia não se preocupa com feitos soberbos ou suntuosos e sim com nossa atitude diária, cotidiana baseada na virtude. A verdadeira mudança virá daí e não de atitudes isoladas e sensacionalistas. Isso vai ao encontro do tema proposto, que corresponde ao nosso atuar ante o país e o mundo em um exercício incessante da cidadania, da ética e da moral, respeitando os direitos postos e tentando criticar de forma construtiva os desmandos dos burocratas. Acompanhando as trajetórias e feitos de nossos representantes e debatendo sobre isso( esse é um local apropriado, criado para tal) poderemos mudar, elegendo melhores políticos para que legislem e executem projetos técnicos e sociais para o nosso país.
Creio que a maioria dos que acompanham o blog sejam estudantes de Direito. Também podemos cogitar de política da universidade e pedagógica do curso. Muitos são os debates sobre metodologia, sistemas de provas, monitoria, entre tantas outras. A política cotidiana pode nos auxiliar a melhorar nosso curso em um diálogo aberto com professores e coordenadores sempre no nobre propósito de melhoria na formação dos futuros advogados, juízes e promotores da lei. Como já exposto aqui no blogschuler, a política partidária é pouco debatida pelos professores, os quais não trazem a discussão à baila. Essa lógica deve ser modificada a partir do alunado, em um movimento de reação a essa situação alienante, afinal de contas Carl Schmitt dizia: o Direito é a política jurisdicizada. Nossa universidade, não pode ser palco de um corte epistemológico do real a partir do Capital, os objetivos perseguidos em uma faculdade não podem ser meramente técnicos sequenciais, preparando-se o indivíduo para a batalha do mercado.... Nada disso, é necessário a formação cultural e ampla de cidadãos que possam contribuir de forma crítica e reflexiva para desfazermos o que já foi suscitado aqui no blog: 2/3 da população terrestre encontra-se abaixo da linha da pobreza, vivendo com menos de dois dólares ao dia. Assistindo a um programa do Roda Viva aqui no youtube em 1999 com Marilena Chauí, ela foi enfática: `` devemos refutar essa ideia neoliberal que se instalou em uma tentativa mal-sucedida de atrofiar a universidade à lógica capitalista``. É isso, a provocação está feita, vamos debater.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009


Intelectual brasileiro, religioso dominicano e ativo participante dos movimentos socias, Frei Betto( Carlos Alberto Libânio Christo) foi exilado na ditadura militar e foi assessor do Governo Lula, em que chefiou o programa Fome Zero. Um exemplo de ser humano. Diz ele, de forma contundente, que a nossa sociedade fracassou. Se o socialismo real foi solapado pela queda do muro de Berlim, o capitalismo financeiro foi um fracasso frente a um dado da Organização das Nações Unidas( ONU): dois terços da população terrestre está abaixo da linha de pobreza, vivendo com 2 dólares por dia. Você já parou para se comover com isso? Ou faz vista grossa? Não é da sua conta. Estamos caminhando bem? Seu Ipod tem muitos vídeos ? E sua internet é velox? Como foi a viagem para Miami? Tudo isso é um sonho distante e irreal para mais de 4 bilhões de pessoas nesse planeta. Eles não têm nem feijão no seu pratinho de comida.
Devemos refletir sobre isso, não é possível que milênios de história e cultura para descambar em um dado lamentável quão inaceitável como esse. Qual foi o erro da humanidade? Se os países ricos nao fazem guerra, nem produzem armamentos, nem são donos de patentes de remédios que poderiam salvar a vida dos desvalidos da África, nem detêm o monopólio da energia nuclear. Existe lóbi de setores do capital nos parlamentos dos países? Acho que pouco, é um lóbi legítimo. Ouvi falar que tem um filme mentiroso do Michael Moore( o comunista) sobre a saúde do país mais rico do mundo, tudo falácia, não passa de teoria da conspiração, lá os serviços são de primeiro mundo. O problema real é o terrorismo que assolou o mundo ocidental, aqueles árabes suicidas, uns desvairados..... E o que falar dos líderes da esquerda que subiram ao poder na América do Sul? Cumprem de forma democrática seu papel, nunca desrespeitaram suas constituições, sequer criaram problemas com os organismos internacionais, vide Hugo Chávez, Manuel Zelaya, Evo Morales, grandes chefes de Estado, estamos, deveras , bem no nosso continente. No que se refere ao nosso estado, terra dos recifes de coral, é de grande valia os parabéns à gestão do governo anterior. O governo primou pela segurança do Estado, dizem até que o dono de uma empresa de segurança tem andado com sua ferrari pela Avenida Boa Viagem..... Que responsabilidade.Escutei um boato sujo.... Senadores da república sócios de empresas de segurança privada, eu sinceramente acho pouco provável, ja imaginou a desmoralização, só mesmo levianos poderiam cogitar algo do tipo. No judiciário brasileiro, também não temos problemas. Nunca ouvi falar de corrupção togada, ja imaginou o constrangimento: policiais federais prendendo desembargadores, procuradores e juízes federais, nem mesmo nos últimos devaneios poderia imaginar isso, já pensou criaturas ilibadas e eminentes debaixo de vara fazendo um inquérito policial!!!!! Nada a ver.
Caro frei Betto, tem certeza que esse dado da ONU procede? Pela nossa análise , tudo corre bem no mundo e na nossa terra brasilis, salvo algumas pequenas intempéries e probleminhas . Em que foi que erramos para fracassarmos vossa reverendíssima?
Eis que Frei Betto responde:´´Fico com o entendimento de Vinícius de Moraes e Tom Jobim, em Insensatez: quem semeia vento, diz a razão, colhe sempre tempestade.``

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

domingo, 4 de outubro de 2009

Indicação de Toffoli ao STF: e a Academia com isso?!?!

José Antônio Dias Toffoli é o mais novo ministro do Supremo Tribunal Federal. Foi indicado por Lula e sabatinado pelo Poder Legislativo, depois de um grande lóbi pelo Parlamento brasileiro. Chegou a se emocionar ante seus parentes , dentre eles um portador da síndrome de Down, na Comissão de Constituição e Justiça. Deixando as emoções à parte e partindo para um debate mais racional, pairam questionamentos sobre sua competência, seu currículo e as possíveis ingerências da política partidária sobre o impávido Poder Judiciário brasileiro. Percebe-se que muitos dos ministros da Excelsa Corte têm muitas influências dentro da política, a saber, Gilmar Mendes, que possui grande carreira acadêmica e competência, passou quase 10 anos no departamento jurídico do governo FHC e foi indicado AGU e depois ministro do STF, em itinerário político-jurídico semelhante ao de Toffoli. Marco Aurélio Mello é primo do seu indicador: Fernando Collor de Mello, coincidência ou não, ele tem grande currículo, é juiz de carreira. Enfim, diante desses exemplos, colocamo-nos a refletir e chegamos a uma conclusão patente: não basta ter um grande currículo jurídico para adentrar nas escadarias dos tribunais brasileiros, é necessário também atuação política e apadrinhamentos. Como estudante de Direito da UNICAP, sinto falta de um Thales Bentzen( professor de história do GGE) para falar de nossa política, criticando e elogiando sempre no desejo de contribuir e melhorar nossa sociedade. O corpo docente parece mudo nesse aspecto. No dia que Lula livrou a cara de José Sarney, arquivando as denúncias no Conselho de Ética, só compartilhei ideias com alguns poucos colegas , como é o caso de Pedro Ernesto, figura contundente e alegórica de nosso curso, dizendo que deveríamos fazer uma passeata e, se possível ,degolar o ´´sapo barbudo´´, traidor dos desígnos comunitaristas de Frei Betto e outros intelectuais da esquerda brasileira à época da fundação do PT. O que está em debate é muito importante, mas parece transcorrer na surdina, pois o que vemos é a politização do judiciário, porém acompanhado de alienação político jurídica em nossas faculdades de direito. Prefiro não fazer daqui uma sessão de julgamento contra Toffoli, pois ele tem respeitável carreira na advocacia, não obstante não atuar na academia jurídica. Fato é que existem juristas com currículos mais extensos e substanciosos. Mas gostaria de insistir na questão da desmobilização e alienação nos cursos de Direito. Não há nas aulas, salvo raras exceções, debates do que ocorre no nosso cotidiano político...É lamentável. Algo por trás dessa cortina deve estar espreitando nosso senso crítico e atuacional perante a sociedade. Seriam os professores responsáveis não apenas pela transmissão do conhecimento técnico , mas também pelo despertar da nossa razão crítica diante de fatos inadmissíveis de nossos tempos? Sem dúvidas, a resposta é positiva, porém a prática diz que não. Que pena...Nossos professores estudaram muito a lei(literalidades) e esqueceram de ler escritos de Paulo Freire, por exemplo, grande educador brasileiro, que primou pelo atuar social através do seu método que se deveria ler o mundo antes de ler a palavra. Desse modo as pinceladas no quadro de sala de aula só fariam sentido se compreendêssemos o mundo e utilizássemos esse conhecimento para mudá-lo e não para decorar e ´´vomitar´´ nas provinhas capengas de alguns professores. E Toffoli nessa históra?!?!?!? É amigos, ele sim, entende de política, sem mestrado, doutorado ou livros publicados, encontra-se sentado na cadeira da mais alta corte de justiça do país e nós estudantes, estamos em bancas assitindo a aulas pinceladas e aos desmandos de nossos infames governantes!!!!! Devemos mudar. Esse blog tem esse intento, discutir nossa política( partidária e cotidiana). Comentem para que possamos evoluir.